Mas a questão é que simplesmente não é isso o que eu quero agora. Não quero ter que ser forte. Não quero rir, me embebedar ou beijar uma garota qualquer. Queria poder simplesmente olhar o mar e não ficar preocupado se o sol já se pôs, ou se já passam das dez, e ainda por cima vou ter que pegar um ônibus pra ir pra casa. Queria poder me refugiar numa cidade de interior e deixar meu lado caseiro, conservador, religioso se apoderar de mim. Sem ter que me preocupar com os deveres que eu já não me preocupo, ou com as obrigações que eu me obrigo a fazer. Queria estar à seis horas de carro de Salvador e sair pra passear com um alguém sem que uma força maior me impedisse. Queria simplesmente poder me esconder durante mais do que uma noite, e não pensar que uma hora o dia vai ter que nascer. Queria poder passar um tempo, só que e os meus poucos pertences que eu mais me importo, e as poucas músicas que eu tenho ouvido e mostrá-las a você, onde você é qualquer um. Qualquer uma do gênero feminino. Queria ter realmente alguém em quem pensar enquanto escrevo isso tudo, mas ao invés disso só me vem flashes confusos das mesmas poucas pessoas. Talvez aí que esteja a parte da nostalgia nisso tudo. Quando às outras, simplesmente me surge branco quando penso nelas.
Eu sei, eu sei que uma hora terei de enfrentar isso tudo. Sei que uma gora eu terei de enfrentar tudo, de novo. Sei que uma hora chegará o momento de erguer a cabeça, a caneta e, mais uma vez seguir em frente, deixando pra trás tudo que não me cabe mais. Sei disso, assim como também sei de todas as minhas responsabilidades. Como eu sei que agora, ao invés de estar escrevendo aqui, deveria estar aprendendo o que são radiandos para não me atrasar para a aula de amanhã. Mas não importa. Eu ainda assim prefiro estar aqui. Mesmo que só por enquanto.
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