quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Verão de 2012; o que há de ser feito.

"Faz muito tempo que eu não venho escrever aqui. Nâo tenho como saber exatamente quanto, porque não tenho anotado as datas das últimas vezes que escrevi. As únicas datas que tenho ficam na memória, e um dia vão todas elas por água abaixo, para que eu só me lembre do que importa, e não das datas. Para que eu só use como referencia para me orientar no tempo alguma apresentação, algum show, ou um dia no calendário que marque o inicio do verão."
"Porque acontece que mais uma vez, afinal de contas é ele. Que sempre me desafia com a luz intensa e me queima, porque eu ainda sou uma criança. É o verão, que me abafa com o calor e me faz perceber mais umas vez que eu estou vivo. Que traz as boas lembranças que me motivam a continuar e, ao mesmo tempo me machucam com a saudade que deixaram. Mas que sempre me faz perceber algo de bom ou de ruim, que faça eu me encontrar ou que me faça entender que ainda é preciso eu me perder um pouco mais."
"Porque desde o último verão que eu cometi o meu último ato de bravura, que eu tenho tentado me guiar através dele desde então.  Que eu passei o resto do ano e o ano seguinte tentando continuar a negar a mim mesmo como eu percebi que tinha que fazer. Desafiar o destino, nadar contra a maré. Encarar de frente e tentar não mostrar medo que sentia. Mas eu percebi que o meu último ato de bravura foi, de fato o meu último ato de bravura, e que o resto do tempo todo eu passei fugindo daquilo que mais me apavorava e me fazia trintar os dentes: o medo. Só para então esperar passar mais um ano e perceber que a coragem que eu tinha que ter era justamente pra me render à ele. Para perceber que na verdade o tempo que eu passei correndo na verdade foi fugindo, esse tempo todo, por uma avenida cujo nome eu prefiro nem mencionar."
"Porque de um jeito ou de outro acontece que é assim. E eu preciso que os raios fortes de luz me batam na minha cama todo dia pra me lembrar disso. Me lembrar que mais uma vez o sol está me chamando, e que dessa vez o desafio agora é outro, bem mais difícil e que requer muito mais coragem. Porque agora o desafio não é mais negar a mim mesmo. Não é só jogar toda a fantasia, hipocrisia e sonhos no lixo e aprender a viver sem eles. Agora o desafio não é encarar o medo de ser quem eu não era. Não. Agora o desafio é outro, e que Deus me proteja do que vem a seguir. Porque agora o desafio é ser feliz. Agora o desafio é deixar isso que eu já sei e já entendi pra trás e mergulhar no desconhecido. Sair desse mundo de letras e quebra-cabeças sem fim e encarar o quebra-cabeças real que está aí fora. Porque eu já passei tempo demais neste aqui, e a vida não volta. Não te espera. Não demora. E porque eu já estou cansado, e com fome, e com saudade de casa. E isso é tudo o que eu quero agora. É estar de volta para as estrelas, e deixar todo esse mar pra trás. Porque eu posso ser um marinheiro, mas a minha casa é em terra firme. E lá tem uma lareira e um cantinho quentinho onde se possa contar histórias, e onde eu possa contar histórias de todos os sete mares pelos quais eu passei, e que talvez eu ainda volte a passar. Porque eu sei que nada é definitivo, e sempre pode ser nescessário partir de novo. Mas sempre será nescessário voltar também. Para lá. Para onde eu enrolei tanto e até agora não disse. É estar de volta em casa. É estar de volta no meu lar."

Por Lucas Gesteira
18/12/2012

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