terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Desabafo Nº 1.

Sinto que mais uma vez me perdi, dessa vez pelas bordas de mim mesmo e não de um outro alguém. Os dias se seguem e eu não faço nada, porque eu sei que agora, o que eu mais preciso fazer é absolutamente nada. Deixo o meu cérebro, os meus músculos, a minha alma se atrofiar e não faço nada, porque eu cheguei a um ponto em que desaprendi a falar, desaprendi a cantar, desaprendi a amar, e a coisa que mais me expressa agora é o silêncio. É o não fazer nada. É a sensação bêbada que se faz sentir quando se fuma, é a sensação chapada que se faz sentir quando se bebe. É a confusão.
Eu tenho guardado os meus momentos de loucura para as horas do banho, que é quando eu deixo a água jorrar na minha cabeça, o corpo fraquejar e sentir a minha alma, escorrendo esgoto abaixo, junto com o antigo eu. Junto com o menino, doce, romântico, pequeno que eu deixei pra trás numa cafeteria que nem nunca existiu. Vivendo um romance de cabelos negros que também nunca existiu, com um copo, de chocolate quente europeu, que nunca existiu. Sei que não há mais como fugir. Que o futuro bate a porta, e que por mais assustador que seja, que a gente tem que levar. Eu sei que, mais uma vez, tudo mudou rápido demais, e que tudo vai continuar mudando rápido, demais. As folhas do ouono sumiram antes que eu tivesse tempo de varrer as que haviam no chão, e o inverno se foi antes mesmo que desse tempo de eu comprar um agasalho. A primavera passou sem flores, e agora só o verão que se dispõe a minha frente, mais uma vez. Me desafiando, como quem sabe que sou incapaz de aproveitá-lo. Ao invés disso, me contento em me organizar. Em trocar os posters das paredes, em arrumar os livros melhor. Não tenho medo. O que a vida me ensinou eu levo pra ela inteira. Sei que preciso de tempo, que preciso de paz. Sei que não posso viver um amor agora, e sei também que viajar de avião está fora de cogitação. Que preciso de um tempo na minha terra natal. Que preciso de tempo para conhecê-la, e que preciso de espaço para refogá-la. Não tenho medo. Dezesseis anos pisando no chão duro da cidade me fizeram forte, e ser forte nesses tempos escuros, porém ensolarados, abafados, calorentos, abençoados, é o que faz com que eu não perca a razão. Com que eu me mantenha lúcido, porém bêbado, focalizado, porém chapado. E reduz todas as incertezas a uma, singela e fraca:
- Eu quase que não sei de nada, mas desconfio de muita coisa.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bobos.


Rumpelstiltskin disse...
Me vejo nos seus textos, camila. Percebi isso hoje, ao mesmo tempo em que percebi que sentia a falta deles. Há tempos que, como você, não riscava num papel, só pelo simples medo de ser bobo. Pelo simples medo de não agradar. Pelo medo de não ser sincero e, pelo simples medo de assim como o meu texto bobo, assim como o meu sonho de ser lobo, assim como a rasura num texto definitivo, perder o que tenho de melhor: O extraordinário. O fantástico. a magia que me sai os dedos, seja digitando ou riscando o papel - medo de perder a mim mesmo. Só agora que eu percebo que, ao exigir o melhor de mim, acabei não me dando nada. Que por ignorar o que de bobo também me sai os dedos, perdi o extraordinário que viria junto. Perdi contos que poderiam ser escritos, canções que poderiam ser compostas, desabafos que foram esquecidos. Tudo pelo simples medo de ser bobo. Sei que alguns destes contos, canções e desabafos nunca vão voltar. Sei que vários deles se foram, na medida em que esnobemente não os escrevi. Sei disso tudo, mas sei também que a vontade é muita e o tempo é pouco, e que, apesar disso, ainda há tempo para ser bobo. Sejamos então bobos. Sejamos Lobos. Sejamos bons ou sejamos maus. Sejamos o que somos, o que não fomos e o que seremos, serenos. Sejamos poucos, loucos e apaixonados. Sejamos insignificantes e virtuosos. Sejamos papas na língua, sejamos mágica nos dedos. Sejamos língua, olhos, boca e o que for. Sejamos o que formos, mas antes de mais nada: sejamos bobos. Carinhos, Rumpelstiltiskin

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Verão de 2011; O que há de ser feito:

- Trocar sapatos novos
- Comprar 2 calças jeans
- Arrumar o quarto
- Fazer pinturas nas paredes (entre dias 16 e 4 do ano que vem)
- Escrever
- Pegar repertórios para o grupo de jazz
- Treinar no piano (Wave e Noite Feliz)
- Ir na Avenida 7/Comprar suporte p/ Nárnia
- Ir no Oficina, depois dar um passeio pela cidade - Ir até o farol da Barra
- Comprar poster do Pink Floyd
- Levar guitarra no Lutier (comprar adaptadores também)
- Tirar documentos (Identidade nova, Título de eleitor, Salvador Card)
- Assistir "Closer"
- Organizar reunião com a Criado-Mudo
- Sair no dia do Natal/Ano Novo também
- Aniversário de Tom
- Despedida de Guilherme
- Ir à praia
- Ler "Preciso dizer que te amo" do Cazuza
- Desenhar
- Assistir especiais de Natal com Bárbara
- Ir brincar com João
- Crescer.


... Tudo o que eu preciso essas ferias.