quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Não deixe o samba morrer

Não deixe o samba morrer, meu amor
não deixe a poesia sem lar
Não deixe o samba morrer, meu senhor
que assim eu fico sem lugar

Não deixe o samba morrer
não deixe o nosso amor acabar
Não deixe que eu veja pra crer
que cá, já não é mais lá

Porque se o samba morrer, eu morro junto
vou virar assunto das redes de noticias
Mas eu levo junto toda a batucada
toca chama, a navalha, do meu jeito que for

E deixo pra ti toda a minha herança,
minha musica, minha dança, o meu samba-carnaval
E deixo pra ti toda a balburdia
toda a injuria, de quem não vai acreditar

Porque se o samba morrer, eu dou a volta por cima
mudo cada nota, cada rima, até virar rock 'n roll
E se o samba morrer, eu vou virar vagabundo, um guru, um oriundo
de ouvidos, o que for

E até aprendo a cantar,
blues jazz, bossa-nova o que for
Mas eu vou seguir levando,
no meu peito, eu vou levando, o samba do meu amor

Não deixe o samba morrer,
não deixe a chama esfriar
Não deixe que eu veja pra crer,
que já passou o meu lugar

Não, não deixe o samba morrer, não deixe o samba morrer!
não deixe o mundo parar de girar
Não, não deixe o samba morrer,
que sem ele eu não quero ficar

Não deixe o samba morrer
(não deixe o samba morrer)
Não, não deixe o samba morrer
não deixe o samba morrer

Não deixe o samba...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Tarde em Itapuã

Em Itapuã agora está fazendo o maior sol. Por lá não há nenhuma nuvem no céu, exceto por algumas que aparecem mais ao longe na linha do horizonte, que chovem forte, e que teimam em empatar a visão numa tarde linda como essa, mas que não importa, porque por enquanto a tarde está linda que só, e não há tempestade que vá tirar isso de Itapuã.
Em Itapuã as flores crescem, o mar brilha e o mundo canta feliz, dando vivas porque Itapuã está feliz. Em Itapuã, Tupi Guanabá faz um ritual para o pajé Tupi Guarabá, que por sua vez faz uma oferenda ao Deus Tupi Guaguará, que aceita a oferenda com o maior prazer e vai embora com as mais abanando, mas com o coração leve que só.
Em Itapuã a música toca cada vez mais bela, a terra soa cada vez mais fértil, e até poste já inventou de nascer por lá. Em Itapuã há música e há danças, e há motivo pra dançar, e há motivo pra cantar o amor que hoje vive lá. Em Itapuã a vida é bela, a morte é incerta e também já não é mais tópico pra se viver à pensar. Por lá as árvores sambam, todos os santos jantam e a tristeza também já não tem lugar pra morar. Por lá o rock é festa, o samba é promessa e o álcool um complemento servido pra acompanhar.Em Itapuã a tarde nunca foi tão bela, e Itapuã agradece por ter finalmente alguém pra passar a tarde por lá.